quarta-feira, 23 de abril de 2014

Divagações Parte 1 - Internet, Fama, Idéias mirabolantes, Ilusão, Billy Flynn e Doces memórias da infância

Qual a chave para o sucesso no mundo da internet? Como se tornar uma web celebridade sem ser patética e respeitando seus interesses? Essas são perguntas que me faço. Não sei, talvez ser uma web celebridade me dê alguma coisa, um sentimento de admiração dos outros, uma certa fama - ser famoso é legal, tudo num ídolo é charmoso para um fã -, dinheiro, um pouco de dignidade. Talvez eu possa falar de mim mesma, pegar minha história, unir a dura realidade com um pouquinho de fantasia e produzir um livro best-seller. Que sonho, não? Nos dias de hoje, em que o mundo é cada vez mais competitivo e as pessoas se frustram cada vez mais por não corresponderem ao que é desejado delas e muitas entram em depressão pela frustração - como eu -, é muito interessante se escrever uma história sobre uma depressiva que começa a viver a vida aos 30 anos. Não sei se é muito interessante, de fato, mas podemos tentar fazer a história ficar mais interessante do que ela realmente é. Afinal, quem se interessa pelas verdades? As pessoas querem espetáculo, como já dizia aquele advogado do musical Chicago, Mr. Flynn. A verdade existe para ser floreada.

Meu Mr. Flynn será meu primo Hans. Deus o abençoe.

E por falar em Hans, deixe-me lembrar esse dia de 1983. Hans tinha 3 anos nessa noite do dia 27 de setembro, em que minha mãe, meu pai, seus amigos Marlene e Elmar comemoravam o aniversário deste último. Comemoravam com antecedência de um dia. Nessa bela noite de início de primavera brasileira, eu incomodava minha mãe em seu útero. Estava cansada de ficar ali naquele quentinho gostoso e confortável. Aliás, cansada não, mas provavelmente muito curiosa para conhecer esse mundão o qual só sentia através de sons distantes que atravessavam a barriga de dona Teca, além dos sons e sensações de seu próprio corpo. Eu e minha mãe éramos apenas uma, mas neste momento infortuno - e que eu só fui saber depois o quão infortuno seria - estávamos prestes a nos tornarmos duas. Queria sair, queria sair! A noite se passou e às 8:30 da manhã do dia seguinte eu saí à luz, no Hospital Santa Rosário, Teófilo Otoni, onde poucos dias depois também entraria em trabalho de parto a mãe do jogador Fred. Neste fatídico dia, o Sol estava em Libra e sob este signo nasci. Por isso sou amaldiçoada com esse amor por tudo o que é arte.

Saí da barriga de dona Teca chorando... e como não chorar? Depois de existir por cerca de nove meses num lugar quietinho, calmo, quente e aconchegante, me trazem para esse mundo cruel e frio. Fiquei brava mesmo. Se eu pudesse, mataria o médico, mas àquela época mal conseguia me mexer, quanto menos cometer homicídio. Hoje ele já está morto (que Deus o tenha). Bom, não precisei ter o trabalho de matá-lo (rsrs).

Hoje falo isso em tom de brincadeira, mas por 30 anos amaldiçoei o dia do meu nascimento e às vezes até me voltei contra minha mãe por ter me colocado no mundo. Não apenas eu amaldiçoei o dia do meu nascimento, mas uma meia dúzia de outras pessoas também. Mas isso fica pra outras horas.

Em Teófilo Otoni eu só fiz mesmo nascer, pois fui logo para Nanuque, que deveria ser a minha terra natal - não o foi porque na época não haviam hospitais bons em Nanuque. Aí fica um mistério que tenho que solucionar com minha mãe. Aliás, são dois mistérios. 1º O que ela estava fazendo em Teófilo Otoni quando eu nasci? Ou ela estava em Nanuque e foi às pressas para Teófilo Otoni? 2º Por que ela só foi me ter 8:30 da manhã se eu comecei a querer pular fora durante à noite? Bom, depois eu vou tirar essas satisfações com ela.

Bem, sei que chegar a Nanuque foi algo maravilhoso. Ah, como eu amava Nanuque. Não sei se neste exato dia eu já sabia que ia amar aquele lugar, nem sei se tinha noção de alguma coisa. Mas Nanuque era a Terra da Felicidade, o lugar onde morava minha avó, tio Marcos e onde os primos se encontravam. E por falar em tio Marcos, é uma pena eu não ter crescido com ele. Um grande tio. É muito triste ele ter se tornado alcoólatra, mas sei que a vida foi muito cruel com ele. Vejo nele um olhar de tristeza... Não sinto ele mais como o mesmo tio, tem algo de misterioso nele, ao mesmo tempo que melancólico. Minha avó era (e é) a melhor de todas. Retornar à casa dela era a maior alegria do mundo, a minha maior felicidade de criança. Aquela casa era sinônimo de amor, excitação, brincadeiras, gargalhadas e aconchego. Que gostoso o aconchego da minha avó. Espero que ela esteja viva quando eu terminar meu curso de Medicina. Gostaria de ver minha avó feliz por eu estar feliz. E eu sei que ela me ama muito e tudo o que ela quer é me ver extraordinariamente bem. Minha conexão com ela parece coisa de outras vidas. Algo muito forte. Nem sempre falamos a mesma língua.. aliás, temos interesses bem distintos na maior parte do tempo, mas eu a amo tanto... Ahhh, eu quero vovó!

Gostaria de ter um filho e dar a ele o prazer de ter uma avó, assim como gostaria de dar a minha mãe a alegria de ter um neto, mas isso me parece muito distante, acho que o amor romântico não é algo que vai fazer parte da minha vida, mas esses mimimi's ficam pra outra hora.. rsrs

Saudosa Nanuque, saudosa casa da vovó. Aquilo era lar e lá eu fui feliz.

PS: perceberam que Hans só serviu como gancho no 3º parágrafo para eu contar minha história, né? (rsrs) Tadinho...

(a continuar)

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