sábado, 7 de julho de 2018

Troca de Cartas

Era tão bacana aquela época em que os escritores e intelectuais se correspondiam através de longas cartas. Editoras até fazem livros com apanhados dessas cartas, de tão preciosas que são. No entanto, hoje, trocamos apenas mensagens bobas e rápidas através do celular e internet. Sinto falta de trocar cartas, de dialogar intelectualmente com pessoas interessantes através delas. É muito triste e lamentável o que nos tornamos. Pessoas que nem escrevem mais cartas! Não escrevemos nem mesmo um texto por semana pois não há necessidade, a não ser que você seja um acadêmico. A internet possibilitou um acesso tão oceânico à informação, no entanto, sabemos um pouco (muito pouco mesmo, quase nada) de tudo, mas não somos profundos em praticamente nada.

Não nasci para esta era da informação na velocidade da luz até porque não consigo ser assim, rápida, dinâmica. Meu ritmo é lento, preciso de calma para sorver as coisas. 

Fim do Túnel

Eu quero ter filhos.

Quero terminar minha Faculdade de Medicina.

Quero ter um bom marido, que esteja a meu lado e cuide de mim, assim como eu cuidarei dele.

Eu quero ser uma excelente médica e ajudar pessoas como eu a passar pelo que eu passei e mostrar que existe luz no final do túnel.

Se eu me matar, nunca poderei alcançar meus sonhos.

Mas será que não estou muito velha e cognitivamente debilitada para ir atrás desses sonhos? Tenho a sensação de fazer um imenso esforço para andar, mas estou presa a correntes que me impedem de fazer qualquer coisa. A única coisa que sinto poder fazer é esperar a morte.